Apraxia da Fala e Terapias Comportamentais
- Monique Veloso

- 6 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
Apraxia é um transtorno neuro motor que afeta a habilidade de produzir os movimentos da fala.
A criança sabe o que quer falar, sabe a palavra, mas o cérebro não "manda o comando suficiente" para a boca, exemplo:
Ela não sabe mexer a língua, o lábio, a bochecha e acaba por ficar perdida...
Não é um problema de hipotonia ou muscular ou ainda no osso, o cérebro não manda informação suficiente para que a boca execute, essas crianças sabem o que elas querem falar e um dos sinais é que as crianças entendem mais do que expressam
Na mente, no pensamento, a frase está correta e pronta, encontrando dificuldade no viés da expressão. A criança não consegue idealizar o movimento necessário para construir o som daquela palavra, apresentando dificuldades em idealizar, planejar e executar
A criança encontra dificuldade para falar exemplo: “bola” ela não sabe se deve retrair o maxilar, projetar a língua para fora...
Uma das diferenças entre apraxia e o transtorno do espectro autista é que na apraxia as habilidades para a produção na fala estão presentes, quanto que no autismo, há ausência de algumas habilidades que precisam ser treinadas para serem adquiridas, sendo a apraxia voltada para questões motoras, assim se configurando um desafio identificar apraxia inclusive dentro dos quadros no espectro autista.
O diagnóstico diferencial entre apraxia e autismo se encontra em aspectos como: intenção de fala, boa sociabilização, se a criança consegue se relacionar, se a criança consegue brincar com os pares e de forma funcional, se consegue oralizar
Na apraxia o início da produção de fala pode ser tardia ou com citações de sílabas de forma a criança tatear em demasia.
O diagnóstico pode ser feito aos 3 anos, mas a percepção do atraso já pretende intervenção precoce anterior aos 3 anos, mesmo sem um diagnóstico fechado. Se a criança não consegue em torno de 1 ano tentar uma comunicação ou ainda apresenta muito esforço para conseguir falar, se apresenta movimento de mandíbula em excesso, já se constitui um alerta, sendo necessário à procura de um profissional fonoaudiólogo com especialidade em transtorno de linguagem em apraxia buscando intervenção precoce. Serão avaliados: transtornos de linguagem e atraso no ato motor.
No Brasil não há protocolo de avaliação, o protocolo do prompt ( método cientificamente comprovado) ajuda na identificação, sendo aplicado o protocolo em conjunto com a avaliação clínica observacional. Existem janelas de oportunidade com melhora do prognóstico, principalmente intervenções precoces, a partir da avaliação serão observados dificuldades motoras no ato motor, exemplo: alteração no controle de língua, prosódia, alteração no controle de mandíbula, controle de lábio, entonação. Durante o processo, o som alvo será identificado a fim de ajudar no ato motor, como é uma estimulação neurológica, será necessário a utilização de pistas no trabalho em forma de imagens, pistas táteis, sensoriais, pista auditiva, pista proprioceptiva.
Crianças com apraxia apresentam uma tolerância à frustração muito baixa, apresentando resistência aos treinos, medo do erro e compensam tentando fugir dos treinos, consequentemente dos erros, muitas vezes eliciam comportamentos desadaptados, apresentando frustração, negação e resistência. Cabe ao profissional estruturar a terapia de forma a produzir dicas em escadinhas de dificuldade estimulando autoestima e confiança da criança para execução dos exercícios e atividades
A Manejo com viés interacionista, trabalho com ABA Naturalista, sendo a brincadeira uma forma da criança se sentir mais à vontade e motivada para o enfrentamento da atividade/treino.
Procure uma fonoaudióloga especialista em transtornos de linguagem.

.png)





Comentários