TCC: CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA: INTRODUÇÃO AO MODELO COGNITIVO
- Monique Veloso

- 6 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo.
Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos
navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados (Holmes, O, W, 1858)
O modelo cognitivo de Beck (2011) pressupõe que a junção de experiências do
indivíduo mais vulnerabilidade genética herdada, cria estruturas cognitivas, crenças
centrais disfuncionais que influenciam diretamente a relação que este mesmo individuo
Exerce consigo, com o outro e com o mundo que o cerca, assim como interpretações
com a presença de erros cognitivos sobre o passado, presente e futuro, esses erros
cognitivos afetam a tríade: pensamento, emoção e comportamento, tornando o
indivíduo preso as suas elaborações de regras e pressuposições disfuncionais que o
mantem em um ciclo de adoecimento e desordem (BECK. S. JUDIT, 1997)
O modelo Cognitivo se apresenta como instrumento planejado e orgânico, ou
seja, flexível e mutável, que visa ampliar a compreensão do psicoterapeuta sobre a
elaboração de um caso clinico (BECK. S. JUDIT, 1997).
Assim como a ciência compreendida em um conjunto de conhecimentos
baseados na observação, coleta de dados, reflexão e experimentação. O
psicoterapeuta se utiliza do processo cientificista para elaborar os questionamentos e
hipóteses, produzindo esboços de estruturas a partir de investigação minuciosa do
material coletado.
A partir do século XX, recai sobre a concepção cientifica o termo
construtivista, ou seja, uma junção entre o racionalismo, baseado na matemática e
lógica na extração das conclusões. E o empirismo, baseada na concepção do
conhecimento a partir experimentação instrumentalizado pelos sentidos.
O Construtivismo parte da crença de que o saber não é algo que está
concluído, terminado, e sim um processo em incessante construção e criação.
Assim, o conhecimento é um edifício erguido por meio da ação, da elaboração e
da geração de um aprendizado que é produto da conexão do ser com o
contexto material e social em que vive, com os símbolos produzidos pelo
indivíduo e o universo das interações vivenciadas na sociedade. (SANTANA, L,
A. 2010. PAG 16)
Segundo Judith S. Beck, em 1997, a conceitualização cognitiva se constitui a
partir de questionamentos, produtores de hipóteses, que podem por sua vez serem
confirmadas ou descartadas, iniciando assim o próprio processo de formulação.
Os primeiros questionamentos a serem feitos estão em torno do diagnóstico do
paciente; os problemas atuais, como foi o seu desenvolvimento e como são mantidos;
bem como quais pensamentos e crenças estão em torno do problema em questão.
Para a autora os questionamentos acerca das aprendizagens e relevância genética
podem ser conteúdos mantenedores de quadros de adoecimento/sofrimento
psicológicos, devendo ser avaliados (BECK. S. JUDIT, 1997).
“Não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas,
antes, o modo como elas interpretam uma situação” (BECK, 1964; ELLIS, 1962. PAG
40).
A formulação de caso a partir dos questionamentos tem sua concepção e
proposito justificada nas bases dos princípios da terapia cognitiva criada por Beck que
postula que os fatos são mais que acontecimentos em si, são para o indivíduo um
emaranhado de interpretações promotoras de afetação que encontram grande
influência em como este mesmo indivíduo sente e comporta em sua vida (BECK. S.
JUDIT, 1997).
A concepção de Beck se torna fundamental para a compreensão da efetividade
da conceitualização cognitiva, uma vez que o indivíduo que encontra enquanto
resultado o sofrimento psicológico e adoecimento patológico, apresentam prejuízo na
interpretação de percepções sobre o mundo, o outro e sobre si mesmo. A
conceitualização se endereça a esse indivíduo procurando a origem de tais
interpretações e como as mesmas afetam a tríade o qual o indivíduo se encontra
inserido (BECK. S. JUDIT, 1997).
A terapia Cognitiva de Aaron Beck defende que as interpretações/pensamentos
quando modificados para pensamentos mais funcionais, trariam alivio dos sintomas.
A conceitualização cognitiva a partir do modelo cognitivo, pretende a identificação de
variados níveis cognitivos: dados relevantes da infância; crenças centrais, crenças
condicionais; estratégias compensatórias; bem como um conjunto de situações,
pensamentos automáticos, emoções; comportamentos e sintomas envolto nas
experiências do indivíduo (BECK. S. JUDIT, 1997
Monique Veloso
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