TCC : O MODELO COGNITIVO
- Monique Veloso

- 6 de jul. de 2020
- 5 min de leitura
A terapia cognitivo comportamental proposta por Beck, baseia-se em uma
abordagem breve e educativa onde paciente e psicoterapeuta colaborativamente
promovem enquanto finalidade a reestruturação cognitiva, ou seja, a compreensão
mutua das estruturas envoltas que perpetuam as distorções de percepção do sujeito
acarretando uma seriação de prejuízos para o mesmo (RANGÉ, B, 2011).
A terapia cognitiva é composta por princípios básicos como formulação continua
de casos e hipóteses, bem como pressupõe que o trabalho requer a utilização de uma
aliança psicoterapêutica segura, empática, atenciosa e genuína, compreendendo o
indivíduo com ênfase na colaboração e participação ativa, metas a serem conquistadas atingidas são amplamente utilizadas como reforçadores e para nas avaliações de
evidencias e validade de crenças disfuncionais.
A terapia cognitiva esta baseada no hoje, enfatiza o presente propondo o foco em problemas atuais que surgem de experiencias aflitivas; a psicoterapia cognitiva comportamental é educativa, pretende transformar o sujeito em seu próprio psicoterapeuta e enfatiza a prevenção de recaídas; reside enquanto característica um tempo de duração limitado em sessões estruturadas. (BECK. S. JUDIT, 1997).
A terapia cognitiva é composta de inúmeros componentes e técnicas tais como:
atividades agendadas, cartões de enfrentamento ou autoajuda, exposição hierárquica,
registro de pensamentos disfuncionais, treinamento de habilidades, verificação de
humor, exame de vantagens e desvantagens, dramatizações, testagens, inventários,
escalas, ensaio cognitivo, aprendizado de manejo de tempo, psicoeducação, exposição
hierárquica, entre outros (BECK. S. JUDIT, 1997).
A adequação e aplicabilidade desses instrumentos pelo psicoterapeuta devem se
basear em questionamentos de finalidade e objetivo.
O instrumento A pode ser mais indicado que o instrumento B, mas como chegar a tal conclusão, como mensurar a adequabilidade. Uma avaliação diagnostica cuidadosa são elementos fundamentais para o sucesso do treinamento (RANGÉ, B, 2011).
Portanto o trabalho diagnostico, questionamento socrático e a formulação de
hipóteses são fundamentais para uma psicoterapia estruturada, breve, capaz de obter
resultados, assim como um navegador, que se orienta para navegar, o psicoterapeuta
enquanto facilitador deve se orientar e se ocupar desta tríade. O principal objetivo da
terapia cognitiva comportamental é promover a reestruturação cognitiva (RANGÉ, B,
2011).
Transformar as percepções do sujeito oferecendo um novo prisma, sem a
reestruturação cognitiva, sem a compreensão dos pressupostos que o levaram a tomada de decisão, à retomada dos comportamentos indesejáveis incidem de forma
amplificada. Desenvolver competência como terapeuta cognitivo pode ser visto como três
estágios (etapas descrições pressupõem a proficiência do terapeuta em
demostrar empatia, interesse e competência para os pacientes).
No estágio 1,os terapeutas apreendem a estruturar a sessão e a utilizar técnicas básicas.
Igualmente importantes, eles aprendem a estruturar habilidades básicas de
conceituar em caso em termos cognitivos com base em uma avaliação inicial e
na obtenção de informações na sessão.
No estágio 2, os terapeutas começam a integrar sua conceitualização com seu conhecimento das técnicas. Eles fortalecem sua habilidade de entender o fluxo da terapia e são mais facilmente capazes de identificar metas críticas da terapia. Os terapeutas tornam se mais hábeis em conceituar os pacientes, refinando sua conceitualização durante a própria sessão de terapia e usando a conceituação para tomar decisões sobre
intervenções. Expandem seu repertorio de técnicas e tornam-se mais capazes
em selecionar, estabelecer a duração e implementar as técnicas apropriadas.
Os terapeutas no 3 estagio integram mais automaticamente dados novos na
conceituação. Refiam sua habilidade de formular hipóteses para confirmar ou
desconfirmar sua visão do paciente. Variam a estrutura e as técnicas de terapia
cognitiva básica conforme apropriado, particularmente para casos difíceis como
transtornos de personalidade. (BECK. S. JUDIT, PAG 25. 1997)
A terapia cognitiva comportamental sofreu duras críticas, segundo Judith Beck
em 1997, uma de suas surpresas foi o grande número de concepções errôneas sobre a
terapia cognitiva, “ ela é meramente um conjunto de técnicas, ela subestima a importância das emoções e do relacionamento terapêutico, ela desconsidera a origem
infantil de muitas dificuldades psicológicas (BECK, JUDITH, 1997).
A terapia cognitiva, estruturou no chamado diagrama de conceitualização
cognitiva, uma estrutura viva, continua de criação, baseada em diagnostico,
questionamento socrático e a formulação de hipóteses, um mapa de funcionamento o
qual possibilita o psicoterapeuta subsídios para orientar a compreensão do sujeito dos
motivos conscientes dos seus comportamentos (BECK, JUDITH 1997).
Os primeiros passos na construção do diagrama se constitui a partir do registro
dos pensamentos disfuncionais, esse instrumento torna possível o paciente aprender e
reconhecer os seus pensamentos, afetos e comportamentos, avaliar prós e contras,
assim como a veracidade e utilidade (RANGÉ, B, 2011).
A prática dos registros de pensamentos disfuncionais é orientada através do
processo de psicoeducação utilizando diversos instrumentos e se viabiliza como uma
pratica para além do setting terapêutico, promovendo maior autonomia e consciência do
processo
O terapeuta anota então três situações os quais o paciente se tornou aflito.
Assim para cada situação ele preenche o pensamento automático claro, seu
significado, a emoção subsequente do paciente e o comportamento relevante
(se houver). ” (BECK, JUDITH, 1997. P148).
O significado dos pensamentos automáticos deve estar relacionado a sua crença
central. (BECK, JUDITH 1997). O psicoterapeuta ao identificar a crença central a partir
o significado dos pensamentos automáticos na descrição de pelo menos três
situações aflitivas, inicia o processo de levantamento de hipóteses a partir do
questionamento socrático.
“Como a crença central foi mantida? Que eventos de vida (em especial da
infância) o paciente experimentou? O que poderiam estar relacionados ao
desenvolvimento e manutenção da crença? Dados típicos e relevantes da
infância incluem eventos significativos, como conflitos familiares contínuos ou
periódicos entre pais ou outros familiares, divorcio parental, interação negativas
com os pais, irmãos, professores ou pares ou outros nas quais a criança se
sentiu incriminada, criticada ou de outro modo desvalorizada, doença, morte
significativos de outros, abuso físico ou sexual e outras condições de vida
adversas, como crescer na pobreza, enfrentar discriminação racial crônica e
assim por diante.” (Beck, Judith.1997. P 148, 151)
O questionamento socrático, levantamento de hipóteses das diversas dimensões
da vida do sujeito são imprescindíveis para a compreensão da complexidade e
indivisibilidade do sujeito em uma proposta holística e integrativa (BECK, JUDITH1997).
Outra esfera da estrutura do diagrama são o estabelecimento das estratégias
compensatórias que se articulam tanto com os pensamentos disfuncionais pois nascem
dela, como sofrem influência da crença central, a estratégias compensatórias estão
relacionadas na forma que o sujeito estabeleceu para lidar, enfrentar a aflitiva crença
central, logo a estratégia compensatória se torna um manejo que se direciona
diretamente a crença condicional.
A crença condicional se constitui a partir de uma condição (se.…logo...) é a partir
dessa crença condicional que uma diversidade de estratégias compensatórias são
articuladas pelo sujeito. Em um exemplo ilustrativo podemos citar, enquanto crença
condicional: “Se não fui bem na prova, logo sou incompetente”, a partir dessa crença
condicional, verificamos um comportamento protetivo, então para evitar comprovar minha crença apresento um comportamento em consequência: imponho uma regra para mim que preciso me empenhar 10 vezes mais que o outro para suprir minha
incapacidade, evito fazer qualquer situação onde minha capacidade possa ser medida
ou observada por mim e pelos outros
A Crença central de incompetência. “Observe que amplas suposições do
paciente com frequência ligam as estratégias compensatórias a crença central” (BECK.
JUDITH,1997, P 152).
As estratégias compensatórias são comportamentos naturais, presentes em
todos os indivíduos assim como as emoções. No questionamento de concepção saudáveis emerge frete a presença de emoções aflitivas, bem como o aparecimento de comportamentos disfuncionais em detrimento dos funcionais trazendo prejuízo a vida do sujeito.
A fundamentação metodológica bibliográfica encontrou seu propósito baseado na
escassez de artigos e documentos, em uma linguagem translucida, com o objetivo de
explanar e dirimir dúvidas frente as bases fundamentais da reestruturação cognitiva, fim
de promover a diminuição do comportamental de negligencia sobre o método e melhorar a compreensão em um devir psicoterapeuta - cliente.
O trabalho exposto não pretende encerrar-se, mas apresente um recorte não finito da temática abordada.
Monique Veloso
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